Obra de arte feita por IA é vendida por R$ 6 milhões em leilão

Obra “AI God: Portrait of Alan Turing”, de Ai-Da, ultrapassa expectativas e desperta debate sobre o futuro da arte e a influência da inteligência artificial na sociedade.

10/11/20243 minutos
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Em um feito inédito para a arte contemporânea, a pintura AI God: Portrait of Alan Turing, criada pela robô humanóide Ai-Da, foi vendida por cerca de R$ 6 milhões em leilão conduzido pela Sotheby’s, em Nova York. O valor final superou amplamente a estimativa inicial de R$ 688 mil a R$ 1 milhão, após receber 27 lances antes de ser arrematada por um comprador anônimo. Este leilão reforça o crescimento e o valor das obras de arte desenvolvidas por inteligência artificial, além de levantar novas questões sobre o papel da IA na criação artística e sua relação com a humanidade.



Artista



Ai-Da, a robô responsável pela obra, é considerada a primeira artista robô humanoide do mundo. Criada em colaboração com o galerista britânico Aidan Meller e uma empresa de robótica do Reino Unido, Ai-Da foi lançada em 2019 e possui braços robóticos que utilizam câmeras e algoritmos avançados para capturar e interpretar imagens. A obra AI God é um tributo ao cientista Alan Turing, figura central na história da computação moderna e decifrador de códigos durante a Segunda Guerra Mundial, que ajudou os Aliados a decodificar a máquina Enigma, um dos maiores desafios da época.



Conceito



Além de seu papel na guerra, Turing pavimentou o caminho para o desenvolvimento dos primeiros computadores e é considerado um visionário que previu o surgimento da IA. Em AI God, Ai-Da busca não só homenagear o cientista, mas também provocar uma reflexão sobre a “divindade” atribuída à IA e à computação, convidando o público a ponderar as questões éticas e sociais que emergem com esses avanços tecnológicos. A obra, segundo Ai-Da, “reflete sobre o papel quase divino da IA em nossas vidas e as implicações que essa influência traz para a sociedade”.



Contudo, nem todos compartilham a visão de que a venda é um marco significativo. Críticos, como Alastair Sooke, do The Telegraph, questionam o valor artístico de obras feitas por robôs, classificando-as como “versões sofisticadas” de experimentos anteriores, onde animais eram incentivados a pintar. Para ele, a criação de Ai-Da desperta mais curiosidade do que autenticidade artística.



Evolução



Antes de começar a produção da obra, Ai-Da discutiu com seus criadores as ideias sobre “IA para o bem”, chegando ao consenso de que Turing seria o tema ideal para este projeto. Usando câmeras nos olhos, ela capturou imagens de Turing e criou uma série de esboços, resultando em 15 representações individuais de seu rosto, cada uma com um toque único do algoritmo. A imagem final foi montada a partir de três pinturas selecionadas, além de uma representação da “Máquina Bombe” — o dispositivo de decodificação criado por Turing.



A tecnologia de Ai-Da continua evoluindo, e sua autonomia artística vem aumentando com o passar do tempo, segundo Meller. Para ele, Ai-Da não apenas cria arte, mas serve como símbolo e catalisador para o diálogo sobre o futuro da tecnologia e seu impacto em nosso cotidiano.


Fonte: The New York Times



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Foto: The Guardian (reprodução)


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