IA poderá ser usada nas câmeras corporais de policiais
A empresa norte-americana Axon lançou recentemente o Draft One, ferramenta de IA projetada para criar relatórios a partir de fatos gravados pelas câmeras corporais dos policiais.
Uma empresa norte-americana chamada Axon, conhecida por fornecer equipamentos táticos para as forças policiais, lançou recentemente o "Draft One", uma ferramenta de inteligência artificial (IA) projetada para transformar áudios e vídeos de câmeras corporais em relatórios policiais. Utilizando o modelo de linguagem GPT-4 da OpenAI, o objetivo do Draft One é reduzir significativamente o tempo gasto por policiais na produção de relatórios, otimizando assim sua eficiência operacional.
A Axon é amplamente conhecida por fornecer equipamentos para as forças policiais; se você já assistiu alguma filmagem de câmeras corporais, é possível que já tenha se deparado com a palavra "Axon" presente nas imagens. A empresa é líder no segmento de tecnologia para a segurança pública, e portanto, tem respaldo de agentes público e um forte lobby, principalmente nos EUA.
Inovação nas Funções Policiais
Rick Smith, CEO da Axon, afirmou em entrevista ao Futurism que a nova tecnologia poderia diminuir pela metade o tempo que os policiais dedicam à essa função burocrática, permitindo-lhes focar mais em atividades de campo ao invés de tarefas administrativas.
Apesar das vantagens, a introdução de IA nos processos, especialmente os policiais, não está isenta de riscos. Especialistas alertam para a possibilidade do sistema "inventar" fatos, falharem na sumarização de informações e a perpetuação de viés racial devido aos dados utilizados para treinar os modelos de inteligência artificial. Contudo a empresa garantiu que todos os relatórios gerados pela IA serão revisados por humanos, buscando assegurar precisão e responsabilidade no uso da ferramenta.
Reações Comunitárias e Éticas
As reações ao anúncio do Draft One foram variadas, destacando-se preocupações nas redes sociais sobre a precisão dos registros policiais e os possíveis prejuízos, especialmente para pessoas negras. Em 2022, a Axon já havia sido criticada por sugerir o uso de drones armados com tasers em escolas para combater tiroteios em massa, o que levanta questões éticas adicionais sobre o uso de suas tecnologias e os valores que movem a empresa.
O Futuro da IA na Polícia
Com a implementação do Draft One, a Axon permanece no epicentro de debates sobre o uso de ferramentas de IA nas forças policiais. Críticos argumentam que esta área ainda necessita de regulamentação e supervisão adequadas para prevenir abusos e erros, sublinhando a necessidade de uma discussão mais ampla sobre a ética e a eficácia da tecnologia em contextos de aplicação da lei.
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Foto: PMESP/Divulgação