IA está ajudando a decifrar a história

Historiadores já recuperaram milhares de tábuas de argila do Épico de Gilgamesh, uma antiga narrativa mesopotâmica de 3.000 anos atrás. Entretanto, tem sido um desafio colossal unir todos esses fragmentos para formar uma história completa, já que estima-se que um terço do épico ainda permaneça um mistério. Com isso, a inteligência artificial está sendo usada para enfrentar essa difícil tarefa, e tem apresentado bons resultados.

Desde 2018, uma equipe da Universidade de Munique tem utilizado técnicas avançadas de aprendizado de máquina para combinar 1.500 fragmentos do épico, considerado uma das primeiras obras literárias conhecidas. Graças a essa tecnologia, os pesquisadores já conseguiram decifrar 100 novas linhas do poema, marcando uma conquista que não só enriquece a compreensão da história, mas também oferece uma visão mais clara das religiões atuais, que podem ter sido influenciadas por essa narrativa, como uma das passagens que descreve um dilúvio global e um homem que sobrevive construindo uma arca.

Além disso, a mesma tecnologia está sendo aplicada para interpretar e decodificar outros textos antigos, como fragmentos de música medieval e um hino dedicado à antiga cidade da Babilônia. Isso demonstra o potencial revolucionário da IA nas pesquisas históricas, permitindo a recuperação de informações cruciais que estavam perdidas há séculos.

A inteligência artificial está mudando radicalmente o estudo do passado, abrindo portas para novas descobertas e oferecendo uma percepção renovada da humanidade. À medida que a IA avança, ela pode não apenas reescrever trechos da história, mas também fazer pesquisadores reconsiderarem a própria natureza das civilizações que moldaram a maneira como se conhece o mundo.

Fonte: The New York Times

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Foto: Yale University Press