Governo Federal quer lançar foguetes: Entenda
Nova estatal, chamada Alada, buscará atrair parcerias privadas para o lançamento de foguetes e satélites, mas iniciativa levanta debates sobre eficiência e custos.
O governo federal anunciou a criação da Alada, uma nova estatal voltada para o lançamento comercial de foguetes e satélites privados a partir do Brasil. A proposta foi aprovada pelo Congresso em dezembro e visa consolidar o país no mercado global de exploração espacial, utilizando as capacidades do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão.
Investimentos
De acordo com o governo, a Alada será uma subsidiária da NAV Brasil, estatal criada em 2019 para o desenvolvimento de sistemas de navegação aérea. A expectativa é que a nova empresa consiga atrair investimentos privados e contribuir para o fortalecimento do setor aeroespacial brasileiro, com foco em parcerias internacionais e no crescimento do mercado de lançamentos comerciais, que deve atingir US$ 1,8 trilhão até 2035, segundo o Fórum Econômico Mundial.
Histórico e Contexto
O Centro Espacial de Alcântara já é utilizado para missões em cooperação com países como Estados Unidos, China e Coreia do Sul, sendo considerado uma localização estratégica devido à sua proximidade com a linha do Equador, o que reduz o consumo de combustível nos lançamentos. Além disso, o Brasil possui expertise em tecnologia de satélites para monitoramento ambiental, reconhecida internacionalmente.
A criação da Alada retoma discussões sobre o potencial de desenvolvimento da indústria espacial brasileira, mas também evoca memórias de iniciativas anteriores que não prosperaram. Em 2006, o governo criou a Alcântara Cyclone Space (ACS), uma empresa binacional em parceria com a Ucrânia. O projeto foi encerrado em 2015 após não realizar lançamentos e acumular um prejuízo de aproximadamente R$ 500 milhões.
Desafios e Oportunidades
A Alada nasce com a proposta de ampliar a presença do Brasil no mercado espacial e atrair investimentos para missões de lançamento e pesquisa. No entanto, ainda não foram divulgados detalhes sobre o orçamento inicial, número de funcionários ou o modelo de governança.
Especialistas apontam que a criação de mais uma estatal no atual cenário fiscal do país pode gerar debates sobre a eficiência do uso de recursos públicos. Por outro lado, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Chamon, argumenta que a crescente participação do setor privado na economia espacial é uma oportunidade para o Brasil. Ele destacou que Alcântara oferece vantagens estratégicas e pode atrair operações de todo o mundo.
Mercado Espacial
A Alada será criada em um contexto de crescente investimento global em exploração espacial. Países como Estados Unidos, China e Índia destinam bilhões de dólares anualmente ao setor, enquanto o orçamento brasileiro é mais limitado. Em 2024, a AEB recebeu R$ 135 milhões para operações diretas, chegando a R$ 600 milhões quando incluídas verbas de fundos científicos e parcerias internacionais.
Perspectivas
Embora a criação da Alada tenha levantado questionamentos sobre custos e eficiência, o potencial do Brasil no mercado espacial é reconhecido. O fortalecimento do setor pode gerar avanços tecnológicos, oportunidades econômicas e ganhos estratégicos em longo prazo. Resta acompanhar como a nova estatal será estruturada e se conseguirá atrair o interesse do setor privado para viabilizar seus objetivos.
Fonte: Veja
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Foto: AEB