Da cadeia, Imran Khan usa clone de IA para falar com apoiadores

Imran Khan, o ex-primeiro-ministro do Paquistão, está preso desde agosto e enfrenta acusações de vazamento de documentos confidenciais. Ele alega que essas acusações foram forjadas para impedi-lo de concorrer nas eleições gerais marcadas para fevereiro de 2024. Seu partido, o Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), procurou contornar as restrições à sua campanha política usando uma abordagem inovadora baseada em inteligência artificial (IA).

Ferramenta de IA Usada por Khan

O discurso foi transmitido como parte de um "comício virtual" organizado nas redes sociais. Nesse sentido, a Eleven Labs permitiu que a IA transformasse uma mensagem enviada por Khan através de seus advogados em uma mensagem de áudio fiel, que imitava o estilo retórico de Khan.

Durante o discurso virtual, a voz clonada de Khan falou sobre sua situação na prisão e a importância da verdadeira liberdade. O evento atraiu milhões de visualizações nas redes sociais, apesar das tentativas anteriores de impedir que Khan atuasse na Internet.

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IA Como Ferramenta de FakeNews

O uso da IA para permitir que Khan fizesse campanha enquanto estava preso levanta questões sobre a autenticidade das mensagens políticas e o potencial para manipulação das tecnologias de IA para fins políticos. A inteligência artificial está se tornando cada vez mais presente na política, e essas novas abordagens levantam questões importantes sobre como regulamentar e monitorar o uso ético e legítimo da tecnologia nas atividades políticas e eleições.

Não é a primeira vez que Khan usa da IA para comunicar com sua base enquanto está preso. Quando os protestos no Paquistão no início deste ano se transformaram em confrontos entre forças pró-governo e apoiadores de Khan, o líder recorreu às redes sociais para reforçar a sua mensagem. Nesse caso, Khan compartilhou um breve video no Twitter (X) mostrando seus apoiadores segurando cartazes com seu rosto e gritando seu nome.

O video termina com uma foto de uma mulher corajosamente parada frente a uma fila de policiais. “O que nunca será esquecido é a brutalidade das nossas forças de segurança e a forma vergonhosa como elas se esforçaram para abusar, ferir e humilhar as nossas mulheres”, tuitou Khan. O único problema: a imagem que mostrava a mulher corajosamente diante da polícia não era real. Ela foi criada usando uma das muitas ferramentas de IA generativa de imagens.

Esses movimentos levantam sérias preocupações sobre a integridade dos processos democráticos em todo o mundo. Isso evidencia a necessidade urgente de regulamentações rigorosas e medidas de segurança globalmente coordenadas para conter o uso malicioso da IA generativa. À medida que essas tecnologias continuam a evoluir, a proteção da integridade das democracias tem que se tornar uma prioridade global.

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Foto: Gettyimages