Arte de IA vendida pelo preço mais alto já registrado.

Na última sexta-feira, os olhares se voltaram para a Christie's, em Nova York, onde uma obra de arte gerada por IA foi destaque ao lado de peças renomadas, como uma impressão de Andy Warhol e uma escultura em bronze de Roy Lichtenstein. No entanto, o que surpreendeu a todos foi o valor pelo qual a obra foi vendida, superando em mais de duas vezes o preço combinado das outras duas peças. Intitulada "Edmond de Belamy, da La Famille de Belamy", a obra de arte de IA foi vendida por incríveis $432.500, incluindo taxas. Essa cifra surpreendente foi mais de 40 vezes maior do que a estimativa inicial da Christie's, que variava entre $7.000 e $10.000. O comprador, que preferiu permanecer anônimo, participou da disputa por telefone. O leilão, que durou pouco menos de sete minutos, foi marcado por uma intensa competição entre o licitante por telefone, um licitante online na França, dois outros licitantes por telefone e uma pessoa presente na sala em Nova York. Quando o martelo finalmente bateu, o lance vencedor atingiu a marca de $350.000, valor que não inclui as taxas. A obra de retrato distorcido foi criada pelo coletivo de arte francês chamado Obvious, que a promoveu como o primeiro retrato gerado por algoritmo a ser leiloado. Em um comunicado, o Obvious expressou sua emoção diante desse marco histórico e destacou a importância de dar visibilidade ao trabalho de outros artistas que também exploram a IA como ferramenta criativa. Essa venda histórica foi inspirada por outra transação ocorrida no início do ano, quando o colecionador francês Nicolas Laugero Lasserre adquiriu um retrato por cerca de 10.000 euros. A Christie's, ao realizar esse leilão, demonstrou seu interesse em testar o mercado de arte tradicional diante da crescente popularidade da arte de IA. No entanto, a resposta mais forte após o anúncio do leilão veio de outros artistas que trabalham com IA. Muitos deles argumentaram que o retrato carecia de originalidade, uma vez que as Redes Generativas Adversárias (GANs), a tecnologia utilizada na criação da obra, já é explorada na arte desde 2015 por artistas como Mario Klingemann, Anna Ridler e Robbie Barrat. O Obvious reconheceu a influência de Robbie Barrat em seu trabalho e expressou gratidão à comunidade de IA pelo pioneirismo nessa nova forma de expressão artística. Essa venda histórica de uma obra de arte de IA na Christie's reafirma a importância crescente da tecnologia na arte contemporânea. A criatividade alimentada pela inteligência artificial está redefinindo os limites do que é possível na expressão artística, abrindo novas perspectivas e debates no mundo da arte. À medida que a arte de IA continua a evoluir, podemos esperar mais momentos empolgantes que desafiarão nossas concepções tradicionais sobre a criatividade e a autoria.

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